Pedro Goifman entrega rumos de Guto em ‘Pequena do Momento’

É na pele de Guto que Pedro Goifman tem se evidenciado em  “Pequena do Momento”, folhetim das seis escrito por Alessandra Poggi na Rede Mundo. Novato em novelas, o artista de 21 anos conversa com o  iG Gente e detalha os novos arcos que vai vivenciar na trama, destaca o processo de constituição para a obra, celebra a parceria com veteranos e conta quais os planos para o término da narrativa.

“O principal trabalho é de buscar no texto e em si mesmo onde está o papel. O Guto já estava em mim. Todos os personagens já estão nos atores. Por mais horríveis ou por mais maravilhosos que eles sejam, eu acho que tem tudo na gente e a gente tem que entender quais ferramentas usar para buscar essa construção”, começa.

Para vivenciar um jovem na dez de 1950, Goifman mergulhou na música, cinema e literatura da estação. Os trejeitos e o sotaque foram construídos com preparações de etiqueta e aulas de prosódia. “Fui pesquisando por fora, vendo muitos filmes”, pontua o tradutor.

“Também ouvi muito as músicas dos anos 50. Logo: samba, rock e bossa novidade, principalmente as músicas brasileiras, porque é o que eu costumo mais ouvir na minha vida e acho que tem uma coisa de se aproximar das referências que eu já tenho”, acrescenta o ator.

Pedro ainda antecipa a novidade dinâmica familiar que vai vivenciar com Eugênia (Klara Castanho), conforme os pais deles avançarem no relacionamento. Ou por outra, nos próximos capítulos, o mocinho sofrerá com a homofobia do pai, Nelson (Felipe Abib), que fará de tudo para interromper o relacionamento dele com Vinícius (Elvis Vittorio).

Parceria dentro e fora das telas

A química e companheirismo com alguns colegas de profissão não se restringe aos sets de filmagens dos Estúdios Mundo, o idoso Projac. Rebeca Roble, Caio Manhente, Maria Flor, Nelson Abib, Silvero Pereira, Elvis Vittorio e  Klara Castanho são alguns dos parceiros com quem ele mais contracena.

Pedro ressalta o companheirismo com Castanho, que dá vida à guloseima e traumatizada Eugênia. Os personagens dos dois eram namorados no início do folhetim dirigido por Natália Grimberg e agora são irmãos postiços, o que fez com que eles continuassem atuando juntos, ainda que em uma relação totalmente dissemelhante.

“A Klara foi uma pessoa fundamental no meu processo. Primeiro que, por mais que ela tenha mais ou menos a mesma idade que eu, ela faz romance desde muchacho, portanto é muito experiente. É uma veterana, por mais que seja super jovem”, brinca ele, em referência às experiências anteriores da atriz.

“Agora estamos fazendo muitas cenas em outro lugar, muito risonho também. Está sendo muito bom contracenar com ela já nesse outro momento da relação dos dois, que é muito formosa e ligada a carinho e cumplicidade”, diz. “Eles se encontram na fragilidade e nos traumas, que são reprimidos de formas diferentes”, salienta.

Improvisos?

Por se tratar de uma narrativa de estação, o espaço para improvisações é mais restrito. Goifman confessa que faz poucos ajustes e que costuma seguir à risca o que consta no roteiro capitaneado por Alessandra Poggi, a quem rasga elogios.

“Eu faço pouquíssimas alterações no texto, geralmente o que eu estou dizendo é o que tá escrito mesmo, às vezes alguma coisa muito pontual e é conversado, mas assim, 99% das vezes é o texto que tá escrito. O que também é ótimo porque a gente tá fazendo uma romance de estação”, elucida.

Cena em que Guto revela sexualidade para Anita e Edu:

“A forma porquê eu vou expressar o texto abre um universo inteiro para geração. Não é porque eu estou falando todas as palavrinhas do jeito que estão escritas que não é um processo criativo”, acrescenta.

Estreante em novelas, Pedro admite que percebeu várias diferenças entre os folhetins com outras obras, porquê filmes e séries. No entanto, mesmo com o ritmo intenso de gravações, que ocorrem normalmente de segunda a sábado, o ator reitera que quer fazer outras produções do gênero.

“É um volume de cenas por dia que eu não tava avezado, que eu nunca tinha feito, que é muito dissemelhante do cinema, que é de onde eu venho. É uma linguagem completamente dissemelhante. Também essa coisa de ser uma obra ocasião muda tudo”, pondera.

“Mas é uma delícia completa, é muito excitante. Tenho adorado. Espero que eu faça várias outras. Estou muito feliz e contente de estar nesse formato muito brasílio. Cá, no Brasil, a gente faz as melhores novelas do mundo”, completa.

O que vem depois ‘Pequena do Momento’?

Depois de fechar as gravações do folhetim das seis, com previsão de término para junho, o artista de 21 anos se dedicará à “Terreno Roxa”, filme em que atuará e auxiliará na escrita do roteiro, junto com o diretor Mauricio Abbade, com quem trabalhou em “Atravessaria a Cidade Toda de Bicicleta Só Pra Te Ver Dançar”.

Ou por outra, Pedro quer concluir os estudos na Escola de Arte Dramática da USP (Universidade de São Paulo). Já em relação aos próximos perfis de personagem, o ator entrega o libido de vivenciar um vilão ou interpretar alguém que já existiu em um projeto biográfico.

“Tenho muita curiosidade de fazer uma cinebiografia e interpretar alguém que já existiu. Porque acho que deve ser um trabalho muito dissemelhante, assim, de você sugar trejeitos e entender porquê essa pessoa que existe ou que existiu funciona. Ver porquê você cria uma versão daquela pessoa dentro do seu corpo”, detalha. “Também adoraria fazer um vilão maligno. Acho que isso seria muito risonho”, conclui.