Influenciadores são presos por uso de silicone industrial em procedimentos estéticos
Os influenciadores digitais Karine Gouveia e o marido, Paulo César Dias, foram presos preventivamente posteriormente acusações de deformar pacientes que passaram por procedimentos estéticos na clínica do par em Goiânia. Os dois são suspeitos de utilizar substâncias proibidas uma vez que óleo de silicone e PMMA (silicone industrial).
O par era proprietários da proprietários da clínica Karine Gouveia Estética (KGG), localizada em Goiânia. Ao iG Gente, o procurador responsável pela investigação, Daniel Oliveira, da Polícia Social de Goiás, afirma que os procedimentos eram de cimalha risco.
“A ordem judicial que determinou essas prisões destacou a sisudez dos casos relacionados à realização de procedimentos estéticos e cirúrgicos de cimalha risco na clínica, realizados de forma inadequada e com o uso de substâncias proibidas, uma vez que óleo de silicone e PMMA, além da comercialização ilícito de medicamentos manipulados e substâncias proibidas pela Anvisa”, afirmou o procurador.
Daniel ainda ressalta que o par teria dificultado as investigações: “A decisão judicial também ressaltou que as evidências indicam que os investigados, Karine e Paulo, usaram diversas estratégias para dificultar as investigações, uma vez que a contratação de advogados para monitorar e manipular as declarações dos outros investigados. Aliás, foi constatado o desrespeito às decisões judiciais anteriores, com a perenidade da divulgação e venda de medicamentos via internet, mesmo posteriormente ordem judicial para interromper as atividades”.
O procurador alerta: “O prosseguimento das investigações relacionadas a nascente caso indica uma grande possibilidade de que clientes da clínica, que realizaram procedimentos de preenchimento facial entre março de 2018 e março de 2019, possam ter sido injetados com óleo de silicone.”
As possíveis vítimas do par podem entrar em contato com a quarta Delegacia Distrital de Goiânia pelo telefone (62) 3201-2603 para receberem base da polícia.
O iG Gente entrou em contato com a resguardo de Karine, mas ainda não recebeu resposta. O meio segue franco para pronunciamento.
Prisão pela segunda vez
Karine Gouveia e Paulo César foram presos preventivamente na última quarta-feira (12), segundo a Polícia Social. Eles estavam soltos desde o início de fevereiro, posteriormente decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O par foi recluso em razão das acusações de formação de organização criminosa, falsificação de produtos terapêuticos, lesões corporais gravíssimas, treino ilícito da medicina, estelionato e outros crimes relacionados à prática de procedimentos estéticos e cirúrgicos sem a devida qualificação técnica e autorização lítico.
Lembre o caso
O par foi recluso pela primeira vez em dezembro de 2024, em uma operação policial que investigava procedimentos estéticos e cirúrgicos que causaram danos físicos a pacientes. Segundo a Polícia Social, além dos donos, mandados de prisão, procura e consumição foram cumpridos contra técnicos que atuavam na clínica sem formação adequada.
Na quadra, a resguardo do par afirmou que a clínica possuía todos os documentos necessários para funcionar e que os procedimentos eram realizados conforme a lei. A polícia, no entanto, contestou essa versão e afirmou que a clínica possuía exclusivamente um alvará para procedimentos minimamente invasivos.
Além da falta de qualificação profissional dos envolvidos, a investigação aponta que os materiais e produtos usados nos procedimentos eram inadequados. Mandados também foram cumpridos em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Os envolvidos tiveram contas bancárias, bens e valores bloqueados. No totalidade, foram apreendidos R$ 2,5 milhões e um helicóptero estimado em R$ 8 milhões.
Em seguida decisão publicada no início de fevereiro pela ministra do Superior Tribunal de Justiça Daniela Teixeira, os dois foram soltos. Na decisão, a ministra pontuou que manter o par recluso era “desproporcional” e citou que outros investigados já foram soltos.
A sentença atendeu ao pedido da resguardo, que alegou que Karine e Paulo não poderiam mais atrapalhar as investigações e que também são pais de uma gaiato de 7 anos, que sofreu um acidente grave de carruagem e precisou passar por cirurgia.