Arlequim, Pierrot e Colombina: saiba a origem de personagens clássicos do Carnaval
Arlequim, Pierrot e Colombina: saiba a origem de personagens clássicos do Carnaval
20, Fev 2025
Arlequim, Pierrot e Colombina: saiba a origem de personagens clássicos do Carnaval
Arlequim, Pierrot e Colombina são personagens clássicos do Carnaval, citados em marchinhas e representados por fantasias na folia. O Flipar conta a seguir a origem deles!
A origem dos três remete à Commedia dell’Arte, também conhecida porquê Commedia Alla Maschera (Comédia com máscaras), estilo teatral surgido na Itália durante o século 16 e que foi popular até o século 18. Na trama, eles são personagens de uma sátira social que se envolvem em um triângulo amoroso. Pierrot nutriz a Colombina, que, por sua vez, nutriz e tenta atrair Arlequim. O gênero foi criado porquê uma escolha popular ao que se chamava Commedia Erudita, fundada na literatura e falada em latim, língua restrita à escol da estação. As histórias do trio eram encenadas em ruas e praças de cidades da Itália, servindo porquê entretenimento público inspirado pelas festividades carnavalescas. Era também uma representação satírica da vida e dos costumes da escol italiana do período. Embora houvesse um enredo prévio, a improvisação cômica em esquetes, técnica conhecida porquê iazzi, era a particularidade principal das peças. As entradas e saídas dos personagens em cena eram roteirizadas. Pierrot, Arlequim e Colombina tornaram-se os personagens mais famosos desse estilo teatral, representando os servos palhaços (zanni, no original), porém havia muitos outros. Entre as outras figuras nas encenações aparecia o Pantaleão, um mercante mesquinho e desastrado que era patrão dos serviçais e vivia sendo debochado por eles. Havia ainda o Doutor, um intelectual exibicionista, e o Capitão, solene que fingia valentia, entre outros As peças da Commedia dell’Arte costumavam ter um pausa recheado por espetáculos de acrobacia e encenações satíricas. Os personagens eram baseados em tipos reais, porém com caracterizações exageradas para dar o tom satírico às peças. Originalmente, o personagem Pierrot chamava-se Pedrolino. No século 19, os franceses o rebatizaram com o nome com o qual é popular atualmente. Mais pobre entre os serviçais, Pierrot não utilizava máscara e tinha o rosto pintado de branco. Suas vestes eram feitas de sacos de farinha. O contínuo sofrimento do Pierrot pelo paixão não correspondido da Colombina o fazia ser níveo de piadas. Por isso, o personagem costuma eclodir representado com uma lágrima aquém dos olhos. Preguiçoso e metido a esperto, o malandro Arlequim costumava dançar e fazer ousados movimentos acrobáticos. Com roupas de losangos, pregava peças nos companheiros de cena e sempre conseguia se desvencilhar com desenvoltura dos tumultos que criava. Uma características marcante do Arlequim era a pantomima, técnica de teatro focada no gestual, de mímicas, com poucas falas. Já a Colombina, símbolo da alegria e encantamento, era funcionária de uma filha de Pantaleão. Bela, ela era o meio do famoso triângulo amoroso, gerando sofrimento em Pierrot. Para atrair o Arlequim, ela dançava e cantava nos espetáculos.
No Carnaval brasiliano, os personagens aparecem ainda hoje representados em blocos e salões com suas caracterizações clássicas. Eles foram integrados à sarau no Brasil graças a composições que se inspiraram na commedia dell’arte no início do século 20. Marchinhas clássicas do Carnaval brasiliano citam os personagens, porquê “Pierrot Enamorado”, de Noel Rosa e Heitor dos Prazeres, que diz logo na introdução: “Um Pierrô enamorado que vivia só cantando por culpa de uma colombina acabou chorando”.Outra marchinha famosa é “Máscara Negra”, de Zé Keti (foto), que tem os famosos versos iniciais: “Oh, quanto riso! Oh, quanta alegria! Mais de milénio palhaços no salão. Pierrot está chorando pelo paixão da Colombina no meio da turba”.